sábado, 29 de janeiro de 2011

Ragusa, Duomo e Ragusano.










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Dia 29 de janeiro

Quase finito o primeiro do mes do ano de 2011.
nos resta 11.


Ragusa

Minha gente! Acesso a internet no restaurante! Deveria ter imaginado...

Agora alguns depoimentos em sequencia cronológica.


Começando:



O problema são problemas demais e não correr atrás da maneira certa de solucionar.

Dia 19 janeiro 2011
Lembro quase tudo que sei e organizando as idéias lembro que me esqueci de tudo.
O clima meio Chico Science porque suas frases me parecem muito justas. E a justiça que seja feita. Ou não. As vezes a injustiça convém.
Como aconteceu comigo no caminho para Napoli. Comprei a passagem em Roma, porém não paguei a passagem da Mara. E ai? Custa 3,50 para meter a bicicleta no trem. Eu comprei minha passagem e não vi nenhuma indicação para comprar a passagem extra da Deusa. Quando você pensa que não vai acontecer nada, ai é que acontece mesmo. O guarda veio, pegou minha passagem e pediu logo o da bicicleta: ``Droga ele lembrou!``  pensei.
Eu disse: Meu senhor, me desculpa mas que bilhete é esse? Pagar pela bicicleta? No meu país não tem trem. Eu nem sabia. Poxa vida seu guarda, como eu ia saber? Não tinha nenhuma aviso!
Ele: ``São 50 euros jovem``
Eu: ``Que?? Me desculpa mas eu nem tenho essa quantia...``
Ele: ``Conhece uma coisa chamada  vôo de volta?``
Eu: ``Não senhor, veja bem...``
Como diria um carioca, concluindo. Não tive que pagar por nada porque a justiça não foi feita. O que foi feito foi o meu cagaço de ter que pagar e depois uma cagada de não ter pago nada. Ele esqueceu? Se perdeu? Babou??
Não sei, só sei que foi assim.

Já  aqui em Napoli encontrei um grande amigo meu, o Dushan um sirilanquese maneiro que eu conheci no ICIF. Mora aqui e já me levou para comer nos lugares onde trabalha e trabalhou. Com a Maravilhosa eu já rodei uma pá de lugares e hoje eu passei o dia em Pompéia. Bela cidade viva!
Passei a manha passeando e na hora do almoço fui num carrefu que tinha ali mesmo (não me perguntem como, parecia miragem) comprei umas latas de Heineken, pão, salame, queijo e conserva de cebolinhas!! Que pazzo.
Para entrar de novo na cidade sem pagar eu dei um famoso Migué no guarda e entrei com a muamba. Encontrei um lugarzinho muito charmoso para almoçar e passei ali umas 3 horas comendo aos poucos e bebendo cerveja. Quanta cerveja...
Sai de lá muito zen. Bem no clima da cidade. Na volta para Napoli eu dormi no trem e perdi o ponto. Típico meu.
Agora ta tudo bem. Hoje encontro com o Sirilanka e faremos qualquer coisa.
Amanha tem mais. E depois mais e mais e mais mais mais... até o infinito.

Mesmo porque na sexta eu pego um navio para Sicilia! 12 hrs de mar. Espero chegar lá bem mareado. No bom sentido. Que sentido? Sem sentido!
Já to sentindo falta daquele sentimento que me mantinha no sentido do amor sem sentido.

Frase: Stop! Children what`s that sound? Everybody look what`s going down.

Para o caralho com a paz e o amor!! Quero que vocês sejam felizes e ponto. Seja na merda e na guerra ou no amor e na paz. Não importa. O que importa é ser feliz!



em seguida,





Dia 22 de janeiro 2011

Ristorante Duomo – Ragusa

Saindo de Napoli as nove horas da tarde, eu deixei meu amigo Dushan quando andávamos pelo centro, e segui para Mergellina onde estavam as minhas coisas. Eu era com a bicicleta e de repente, granizo na cabeça.
Ma che bello!
Tudo bem, peguei minhas coisas sob a chuva(tentei um bus mas o motorista deveria estar com um nabo sabe onde) fui ao porto, entrei num navio e segui para Catania que já é Sicilia. Amigo leitor, eu passei 12hrs a bordo e cheguei a catania com sol na manha do dia de hoje. Encontrei um ônibus que me trouxe para Ragusa. Cheguei aqui e procurei o restaurante.
Mamma mia, que coisa linda é aquele restaurante. 33 copertos e uns 10 funcionários. Funcionamento frenético e sistematizado. Tudo ao mesmo tempo. Pratos complexos criado pelo chef Ciccio Sultano, que me pareceu ser muito simpático.
Na prática eu não fiz muito, somente ajudei a limpar a cozinha no final do expediente. Assisti tudo segundo ordem do chef e apenas ajudei a fazer o pão.
Receita:
1kg farinha grano duro remacinata para pão.
600g água
25g fermento fresco
25g mel
20g sal
25g azeite de oliva extra virgem(sempre)
Fermentação longa (12hrs) na geladeira

O resto eu ainda não fiz. Por isso não boto mais nada.

Agora tentando entender o que acontece com cada um dos que eu irei conviver por 3 meses. Numa casa (quarto) com mais 4 italianos diversos. Preciso me concentrar para entrosar numa boa com todos. Cozinheiro é uma raça difícil. Eu sei, conheço um mooonte!

Os manterei informados.
Paz e Amor!


ai então,


Dia 23 janeiro 2011

Ristorante Duomo

O Segundo dia me surpreendeu. Toquei na comida! Tudo bem, eu já tinha feito pão ontem, mas hoje preparei algumas coisas para que o cozinheiro cozinhasse.
Digamos que eu mexi com comida no momento em que a cozinha não atendia nenhum cliente. Porque quando há pedidos na linha o caos se instala. Nem que eu quisesse, poderia trabalhar na minha primeira semana. É complexo e funciona num ritmo, podemos dizer, violento. Hoje eu vi um chef de cozinha bravo. Eu ainda não tinha visto nada parecido. Uma bela comida de rabo na rapaziada. E que comida. Eles devem estar latejando até agora. Penso, porque se fosse eu estaria.
Mas pouco a pouco eu ganho a confiança deles todos e aos poucos eu vou entrando nesse bonde.
A casa nos mantém juntos. Alguns de nós pelo menos. O resto anda a casa. O segundo chef é uma figura particular e parece um dinossauro. Grosso que eu nunca vi igual. Mas sabe bastante. Pelo que me parece.

Amor

concluindo,
Dia 27 gennaio 2011

Ristorante Duomo – Ragusa
Alora

Sempre quando pensamos em cozinha, devemos lembrar que se trata de um local onde trabalham cozinheiros. E isso significa o que no final das contas?
Se quisermos aprender alguma coisa com cozinheiros, lembre-se disso, devemos olhar, observar e contemplar a arte que ali está sendo executada.
Não é uma simples ação de cozinhar um molho ou de selar uma carne, se trata de uma seqüência lógica de preparos diversos, sejam eles em forno, fogão, vapor ou cocção em baixa temperatura, que se encontrão em um prato de forma elegante e harmônica em qualquer que seja a montagem. Isso deverá proporcionar prazer ao próximo, alimentando os sentidos de forma que eles venham a pedir por mais uma dose. A visão de um prato bem montado, com altura, cores pinceladas, ingredientes bem selecionados e preparados, devem vir juntos com a percepção olfativa que nosso amigo sentirá ao olhar para aquele prato bonito e apetitoso. Ai uma pausa para a seleção das ervas, especiarias e insumos que fornecem bons aromas e percepções olfativas, sempre lembrando que não precisam necessariamente estarem em uma mesma preparação, porém o importante é que mesmo estando separadas os perfumes chegarão ao mesmo tempo na frente do próximo. De uma forma mágica, aqueles segundos de apreciação visual e olfativa criam uma serie de expectativas, pois um aroma e uma forma diversa que ali na louça se encontram podem remeter a alguma coisa no passado do individuo. Ai é que deve-se ter mais atenção e preocupação, pois o prato pode ou não atender aquelas expectativas, não importa, porém o que vem depois é o mais importante, a gustação. Chegam os sons, os gostos e os retro gostos, as percepções táteis e paladares. Doce, amargo, salgado e azedo, juntos misturados ou separados. Ai é que deve se pensar mais, uma percepção aqui pode encontrar aquela outra ali e assim adiante. Atendendo ou não aquelas expectativas, devemos surpreender o amigo ou próximo, seja com a lembrança de algo bom, seja com a surpresa de algo novo e inesperado.

Depois desse descarrego, proponho a vocês imaginarem, já que não podem presenciar, uma receita que preparamos no restaurante. Fusilli di Grano ``Tumminia`` Agli Scampi com Macco di Fave e Zucca Gialla(Mataroccu).
Nossa quanta coisa! E olha que tem preparações que nem estão no nome do prato. Entendem agora o que eu quis dizer com: ``diversas preparações que se encontram``
Pois bem! Agora eu explicarei o que é isso tudo.
Começa com um pequeno moinho onde se faz uma farinha (Tumminia) integral que depois vem a ser peneirada e misturada com farinha de grano duro para pasta. Botamos na maquina ``trafila``, aquela que prepara a massa misturando 1kg(800g grano duro 200g integral tumminia) com 350-400g água. Pronto! E sai uma massa linda que vem a ser estirada e fechada a mão. Depois um creme de fave com batata que vai no fundo do prato, separado. A massa se puxa com uma caramelada de cebola e tomate depois de misturada com um creme de cabeças de lagostines e camarões(muuito sabor!) Depois por cima da pasta já puxada e empratada em cima do creme de fava, o purê de abobora e os lagostines ao forno. Decora-se com uma cabeça de lagostine e um crocante de baunilha.
Ai mais ou menos se pode ter uma idéia...

Amor e paz!

Frase: Já sou responsável pelas massas frescas e pelos pães feitos todos os dias no restaurante. Guglermooo! Me fai una cortesia?



Amor é sempre uma coisa linda! É sempre uma coisa lúcida! É sempre uma coisa... 

2 comentários:

  1. Oi amor,

    Que saudade, estavámos anciosos por notícias!
    Estamos em casa, com a Tia Rô e o Tio César.
    Todos adoramos ler as últimas notícas e parabéns pelas conquistas no Duomo.

    Siga escrevendo, está cada dia melhor!

    Te amo, beijos

    Mama

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  2. Fala aí Gluguermoooo....
    Saudade de você meu querido. me fai una cortesia?????

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