domingo, 17 de abril de 2011

Ula Ula

Dia 15 de abril

Lisboa

Sabe que dia é hoje? Ainda não percebeu???
É dia do momoto voltar para a casa e rever todo o mundo. Rever por dentro e por fora.

Agora eu tento descrever estes últimos intensos dez dias.
Logo quando nós chegamos em Napoli saímos com o carro direto para autoestrada em direção a Roma, a mamma tava meio enjoada por causa do navio mas agüentou muito bem as 12 horas de balanço.
Paramos em Alatri, que fica a uns 200km antes de Roma e ali tem um albergue da juventude muito legal. Vista para os montes ainda um pouco nevados e um clima de campo que fez muito bem a nós dois. A surpresa foi que parecia estar fechado e em quanto a moça não chegava para abrir o albergue eu avistei dois homens pulando o portão meio na raça. Um pulou bem o outro ficou meio enroscado com o saco apertado. Eu virei e disse: OU... Tá aberto ali ó!
Os tiozinhos eram tipo estilo muito louco e começamos a conversar meio na raça. Eles estavam voltando da caminhada e ainda afobados em 2 ou 3 minutos de conversa conseguiram aconselhar um vinho da região e um prato típico.
A noite vai eu e a mama atrás do tal spaghetti chitarra ao ragu. Encontramos o tal Ristorante La Rosseta e depois de um passeio no centro e na praça do ponto mais alto da cidade descemos para jantar. Comemos muito bem, sem contar o mal humor da garçonete que nem faltou jogar os pratos e sussurrar o que tinha ali drento.
Mas no final nos divertimos muito! Seguimos para Roma no dia seguinte e com muita paz procuramos alguns hostels num café com internet ``````GRATUITA``````
 Depois na hora de pagar os dois cappuccinos e os dois biscoitinhos, o rapaz me cobra 9 euros pela bagana.
Minha gente... Vamos combinar uma coisa, cobrar 9 euros pelo consumo de dois cappuccinos e dois biscoitinhos ridículos de chocolate é mais do que falta de respeito. Fora que era o dono do lugar e ele propositalmente trocou o item na comanda para poder cobrar UM E QUARENTA NO BISCOITO.... CADA UUUMMM!!!!
Va bene. Tutto aposto.
NO final a internet não resolveu nada e eu acabei ligando para meu colega de Roma o Davide que no final foi a melhor opção para dormir. Um apzinho muito charmoso com uma pequena cozinha e uma varanda nota 10.
Presenteamos o Davide com uma bela cachaça pela a ajuda que me deu nas vezes que eu estive em Roma. Gente fina.
Cozinhei um belo tagliarini al ragu para a mamma com direito a azeitonas frescas, pão e vinho siciliano. Um belo jantar ao luz de velas.
Dia seguinte manhazinha dava nois no consulado. ``Poxa aconteceu isso, aquilo e essa historia de pagar 160 euros pelo passaporte novo não ta nada animadora seu Gustavo``
``Não, tudo bem, tem esse documento aqui que não custa nada e da pra sua mãe volta pro Brasil sem complicação nenhuma.``
B-E-L-E-Z-A!
Café, docinhos e um bello soffiatele que estralou seu crocante até o outro lado da rua.
Toca pra toscana ainda de manha! Chegamos em cetona na maior tranqüilidade e almoçamos no restaurante ali em baixo, na praça do centro. Coisa de chorar... Osteria Da Nilo
Uma bela massa e uma bela bracciola com alcachofra!
Toscana, vinhos e mais vinhos. Azeite e vinhos!

Em Montepulciano compramos algumas garrafas de Nobile e ainda ganhamos um abridor profissional!
Seguimos logo logo para Montalcino onde aprendemos algumas coisas em uma enoteca muito charmosa. Ensinamentos do maior apreciador do famoso Brunello de Montalcino.
Um senhor que vive pelo vinho e ama muito aquilo que faz. Nos deu dicas e falou com muito amor!
Depois de alguns giros conseguimos um mapa do consórcio do Brunello. Imaginem onde fomos parar? Podere La Vigna. Um cantina que deu palestra no curso do ICIF e Adriano, um gentil produtor, já se lembrou logo de mim lá da escola e das aulas do Giane. Uma visita especial pela vinícola e algumas degustações direto dos barris e daqui a poço me chega um grupo de 4 canadenses avulsos no mundo.
Queriam também a visita pela azienda. Va bene! Mas não falam italiano? Como não?? Da-lhe momoto traduzindo as sabias palavras de Adriano para o ingles esforçadamente ruidoso.
Ok. No final ganhei uma garrafa de Brunello. Valeu muito o esforço. Que nem esforço não teve. Foi um prazer imenso.
Grandes emoções com a mamma pela Itália. Né mama? Presenteamos o Adriano e sua esposa a Sonia. E Toca pra Lucca para poder dormir.
Mesmo albergue de antes, mesmo comédia na recepção e as mesmas trutas no córrego sujo. No fim... Mesmo restaurante e tome-lhe carne de Cinghiale e Chiannina. Um cozido do porco selvagem e uma bisteca de 750g de carne especial. Que por sinal conhecemos a espécie na azienda do Adriano.

Que janta! Igual a que eu tive com o papa sacro. Muito bom. Lucca 100% é nois.
Manhazinha... Toca pra costigliole D`Asti.
Reencontrei Madalena e Cia. ICIF todo e um punhado de Brasileiros no curso que começou em Março. Todos que pensavam que mama era irmã... Ou eu que devo parar de beber ou a mama que ta bem! Acho que as duas opções juntas... huhuhuh

Muita bons os últimos momentos ali naquele lugar. Churrasco, pizza e bisteca da mada. Bom dimais e olha que ainda conseguimos nos superar!

Hoje uma cagada... Um taxa meio escrotal para transportar a bicicleta no avião. Credo que roubo... Va bene...
Agora em Lisboa que eu voltei a ficar sozinho deu pra escrever um pouco mais.
Sempre o mesmo discurso. Meus textos são meus amigos que eu posso dobrar e guardar no bolso pelo tempo que eu quiser. Ou seja... Uso e abuso, quando tem mama, irmãos e amigos para conversar, para que eu vou ficar digitando?? No fim a verdade é essa...
Mas queridos leitores não se preocupem que eu volto a postar assim que as coisas começarem a acontecer no Brasil. Estou a menos de um dia de São Paulo e to ficando maluco.

Dia 15 de aprile 2011

Voltando pro Brasil.
Igual o documento da mama. ARB. Autorização de Retorno para o Brasil. Gratuito e feito na hora para os Brasileiros que perdem documentos na Itália. Consulado em Roma.
Chegando em Costigliole eu fui direto pra Madalena. Naquele momento eu entrei e fui muito bem recebido. Penso que a Mama também. Almoço e um clima de quem tava chegando em casa depois de uma viagem. Muito parecido com o que eu imagino que vá acontecer em casa assim que eu chegar.
Vinho da casa, pasta fresca da mada e uma bela bisteca al Ferri.
Descarrega tudo. E tem coisa hein... mama mia.
Levei a mama para conhecer o castelo e a escola que ali dentro se situa. Entramos e eu já fui logo apresentando minha mãe para todo o mundo e a galera ficava impressionada... Sua mãe?? Paraaa.... É sua irmã!
Nem um nem outro. É mulher de fibra! Salve mama!

Ficamos bem bem. Fomos para asti para jantar num restaurante que deveria ser apagado do mapa. Osteria dei trei asni. Já comi com meu pai e foi bom. Com a mama também. Mas o migué que ele deu foi muito osso. Talvez tenha sido o mesmo migueh que eles deram quando eu fui com meu pai. Mas acontece que quando eu fui com meu pai, eu tinha acabado de chegar na Itália. Neste ponto eu já passei três meses agüentando os MIGUÉS dos italianos. Basta. Bando de safado. E bando de gente boa. Igual todo lugar. Mas eu já me enchi dos poucos que estragam a imagem do país bota.
Força minha gente.
No bar do aeroporto enquanto esperava conheci o Junior. Muito simpático e engraçado. Nascido em Natal me contava que quando era menor andava 3km de jegue para ir pra escola e usava um pedaço de carvão para escrever. Hoje tem uma empresa na Espanha e uma vida muito boa. Estava voltando para a casa com muitos presentes para os filhos e para a mulher. Estudou muito e me disse que apesar das pessoas nos roubarem todos os dias, entre políticos e ladrõezinhos, ninguém pode nos roubar o conhecimento.
``Olha aqui... Comprei quase 500 euros de presente para a família e não consegui comprar um óculos novo pra mim``
E no meio das historias, me contou coisas muito interessantes.
Entre elas estava a historia do homem que pedia dinheiro todos dias em sua casa la em natal. Ele com a maior boa vontade colocou o cara pra dentro e deu um trabalho em seu sitio, para que pudesse ajudar com algum dinheiro.
No final o safado entrou na justiça pra conseguir um dinheiro sujo nas costas do homem que com muita misericórdia o ajudou. E ganhou.
A coisa boa é que Junior  me contou tudo isso com o maior sorriso no rosto. Sem o menor problema.
Ta vendo mama. Nós rimos dos ladrõezinhos. Eles tão fora do esquema, em vez, nós estamos dentro.


Leitores amigos. Dia 15 de abril é o dia em que acaba o projeto. Já sabíamos disso. O que podemos fazer?
Como vamos contornar essa situação?
Como?

Você irão sentir minha falta? 
Eu sentirei a sua falta. Com certeza.
Mas paladar e pedalar não fica por aqui. Aguardem por mais novidades. Porque eu amanha já estou em casa. E vai saber quando eu volto a escrever...
E seu que isso soa triste, mas o que posso fazer? Assim que eu chegar em casa não terei tempo para escrever. Tem tanta coisa pra resolver. Quem sabe, assim que der, eu não começo a contar minhas crônicas? Todas fantasiosas mas com fundos verdadeiros. Como tudo o que tem por ai em giro.
Fantasia mas real.
Quero botar em prática a parte mais engraçada de mim mesmo. Não sei se será fácil mas que vocês irão enrolar a língua, isso sim. AH! Isso sim...

Agora eu era herói...



Por exemplo... Uma coisa escrita. Tem que ser escrita e basta. Mas para ser dita tem que ser bem escrita na cabeça do interlocutor ou do leitor.
Como escrever bem escrito na mente do leitor para que ele depois diga?
Pensei que talvez funcione se eu escrever duas vezes a mesma coisa. Não o texto inteiro. Nem as frases. Mas sim as palavras, uma a uma repetidas como se fossemos drogados.

Mas Mas espera espera não não iria iria perder perder o o sentido? sentido?
Não! Dá pra ler. Acabei de descobrir.
Agora vamos com um pensamento barato que possa servir como exercício.

Água Água mole mole pedra pedra dura, dura, tanto tanto bate bate até até que que a a pedra pedra fica fica molhada molhada.

Senhores. Prestem atenção no sentido da frase ``intensa``( assim que eu chamo esta técnica, intensificação das frases). Se o senhor teve a preguiça de ler até o final, porque pensou que o texto se dava sempre o mesmo do começo ao fim leia novamente com a certeza de que alguma coisa muda até que chegue no final. Se você leu até o final não se preocupe, ta tudo bem com o momoto e qualquer dia nós nos vemos por ai.
Amor amor e e paz! paz!

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